O câncer de mama pode ser detectado nos estágios iniciais, aumentando 95% as chances de cura (ONCOGUIA, 2012), contudo, no Brasil 60% dos casos ainda são diagnosticados tardiamente. O câncer de mama causa impacto significativo na vida das mulheres, não apenas pela doença em si, mas pela falta de informação que induz dúvidas e fantasias as quais rotulam câncer como sendo doloroso e mortal.
Por ser na mama a autoestima da mulher, sua sexualidade e feminilidade podem ser afetadas, já que o seio é uma das partes do corpo que possui diversos simbolismos e representações. Diante disso, é bastante comum que em algum momento angústias, ansiedade e depressão possam aparecer.
O acompanhamento psicológico é de extrema importância como forma de proporcionar a mulher uma reflexão para melhor enfrentamento do câncer, tratamento, possível cirurgia de mastectomia (retirada da mama), dentre outras situações mobilizadoras.
Nestes momentos vários pensamentos podem surgir como o medo de ser rejeitada ao saberem de sua doença, a possibilidade de disseminação do câncer, a queda do cabelo devido ao tratamento, o futuro incerto, interferência na sexualidade e em seus relacionamentos, dentre outros.
Estudos comprovam que o apoio psicológico interfere positivamente no ajustamento emocional e na qualidade de vida das pacientes. Trabalhar para fortalecer a autoestima dessa mulher, a identidade e autonomia gera uma participação mais ativa e positiva da paciente durante esse processo. Quando a mulher começa a perceber a complexidade da feminilidade e a si (re)conhecer, ela consegue reelaborar o conceito de “feminino”, de ser mulher.
Kelly Leal (CRP 03/14123)
Psicóloga Clínica, Pós-Graduanda em Terapia Cognitivo-Comportamental.