O envelhecimento ativo é um tema que tem sido amplamente debatido em vários campos do conhecimento, mas, principalmente, entre os profissionais de saúde. Atualmente, pela perspectiva deste campo, já é possível observar uma maior compreensão sobre a associação do corpo e da mente e, por isso, vislumbra-se a necessidade dessas duas dimensões de obterem cuidados integrados. Mas, afinal, o que é o envelhecimento ativo? Construção ou privilégio? Acaso ou cuidado? Na verdade, talvez, o conceito tenha o alcance para reunir todas essas afirmações, juntas.
Para a OMS (Organização Mundial de Saúde), o conceito de envelhecimento ativo deve priorizar o exercício da autonomia no envelhecimento. Então, é o conjunto de atitudes e comportamentos que ajudam o indivíduo a chegar à terceira idade de forma ativa, mantendo sua convivência na sociedade. É o processo que busca uma melhor qualidade de vida dos idosos, seja por meio de sua educação continuada, promoção de sua saúde, seja na sua participação e segurança no meio social.
Nesse sentido, a pessoa idosa precisa permanecer autônoma, mesmo dentro dos limites das suas possibilidades individuais. Dessa forma, mesmo com o passar dos anos, ele pode manter-se, ou ainda sim atingir, caso esteja ausente, o seu bem-estar físico, social e mental.
Dada essa perspectiva, a adesão a hábitos saudáveis como a alimentação, a redução do estresse e a prática de exercícios físicos (esses, denominados de determinantes comportamentais), podem contribuir de maneira positiva para esse processo. Cabe lembrar, também, que a manutenção da atividade cerebral por meio de estímulos a novos aprendizados traz benefícios, aumentando as reservas cognitivas e retardando as doenças de demência, como o Alzheimer, segundo estudos do Departamento de Psicologia de Skidmore College em Nova York.
Logo, é importante refletir que o envelhecer não tem seu início aos 60 anos, que é a idade legalmente constituída para o reconhecimento de uma pessoa idosa. Mas, que todos os dias envelhecemos. Assim, já é comprovado cientificamente que quanto antes forem adotados esses determinantes comportamentais, maiores serão as chances de chegar de forma ativa e com qualidade de vida à terceira idade. Portanto, é importante ressaltar que o envelhecimento, é sim, um processo inevitável, o qual não temos escolha, porém, a forma como nós escolhemos envelhecer, esta sim, depende somente das nossas decisões.
Assim, diante dessas reflexões, como anda o seu processo de envelhecimento?
Onélia Barbieri – CRP:03/15601